quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ensinando Java para Jovens de 11 a 16 Anos

O robô verde vasculha o campo a procura de um alvo. Quando o detecta, começa a disparar. Um, dois, três tiros. Sucesso!!! A batalha ainda não terminou, e o robô verde, agora já sem um alvo identificado, parte procurando um novo inimigo para destruir.



Ok, escrever o texto acima é a parte fácil. A parte difícil é escrever o mesmo texto em uma linguagem de programação.

Por exemplo, o que quer dizer 'vasculhar'? Em algum lugar, alguém vai ter que descrever detalhadamente o que é este 'vasculhar' : o robô deve olhar um pouquinho para a direita, depois um pouquinho para a esquerda, depois, se ainda não enxergou outro robô, olhar mais ainda para a direita, e assim por diante? E "partir"? Significa andar em linha reta para frente? E quando bater na borda do campo de batalha, o que faz?

Lógica de programação - a técnica de descrever detalhadamente todos os comandos que precisam ser executados - não é nada fácil. Não se parece com português, com matemática, com qualquer das matérias tradicionais do colégio.

Programar é difícil.

Até porque, mesmo que alguém tente convencê-lo do contrário, não é assim que nós pensamos. Se você está no gol e vem uma bola em sua direção, você não pensa: "a bola está em cima de mim, vou levantar os braços. Levantar mais um pouco. Mais um pouco. Não vai dar, vou ter que recuar. Mover perna esquerda para trás. Mudar o peso. Mover perna direita. Voltar a mover os braços....".

A esta altura já foi gol há muito tempo. Computadores - pelo menos a grande maioria - não pensam como nós.

Programar é muito difícil, mas existe uma vantagem, especialmente para os jovens: as coisas não precisam ser fáceis. Qualquer criança já lidou com muitas coisas difíceis. Falar, caminhar, escrever, todas muito mais difíceis que programar.

O que "programar" não pode é ser chato. Não se você quer ensinar para jovens de 11, 12 anos (jovens um pouco mais velhos, já preocupados com emprego e que acreditam que um diploma vai fazer a diferença, são mais tolerantes com coisas chatas).

E como se ensina programação sem ser chato?

Existem algumas formas.

Em nosso novo curso Guerra de Robôs: Introdução a Java para 11 a 16 anos, o que nós fizemos foi o seguinte:

Nós não ensinamos programação.

Nós ensinamos a destruir o robô azul.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Escolas são chatas

   Escolas são chatas.

   Não todas, não o tempo todo, talvez não para todo mundo. Mas a verdade, basta perguntar para praticamente qualquer criança, é que, no geral, são mesmo chatas.

   Não apenas no Brasil. Não quero me deter nos problemas de nosso país - já tem bastante gente fazendo isto - mas pensar em oportunidades.

   Na Alfamídia, durante 14 anos, ministramos cursos exclusivamente para maiores de 16 anos. Buscamos criar cursos que efetivamente preparassem o profissional para o mercado, ministrados por profissionais que haviam tido sucesso fazendo exatamente aquilo que estavam ensinando. Quem melhor que um Designer para ensinar Photoshop, ou um Programador para ensinar Java?

   Sou suspeito para falar, mas acredito realmente que nossas aulas não são chatas. Se fossem, não teríamos alunos.

   E então, começamos a pensar naquele público de menos de 16 anos... É cedo para pensar em um curso de formação profissional para eles, não é hora deles decidirem se querem ser Médicos, Advogados, Designers, Programadores, Artistas, etc. Mas não é cedo para trabalhar com eles toda uma série de habilidades que precisarão no futuro.

   Mas, se formos oferecer cursos para este público, quais seriam estes cursos? Vamos ensinar Windows e Introdução a Informática para crianças que usam dispositivos móveis e redes sociais? Excel, com a promessa que um dia vai ser muito importante quando forem buscar um emprego? Na minha cabeça, me vem a mente minha filha de 10 anos ouvindo isto e respondendo: "chaaaato".

   Por que, quando pensamos em crianças, tudo tem que ser tão mastigado, simplificado, purificado, higienizado? Por que os livros que elas leem tem que ser chatos? As aulas, com base em metodologias de meio século atrás?

   Então, resolvemos lançar nossos cursos "Alfamídia Jovem" no mercado. A primeira turma foi lançada em janeiro de 2014, e agora turmas abertas para as tarde, durante este primeiro semestre letivo, no turno inverso à maioria das aulas dos colégios.

   E que cursos são estes? Acredito que os nomes já mostram o quanto estamos construindo um formato diferente de ensino:

Modelagem 3D
Criando Jogos com GameMaker
Guerra de Robôs - Introdução a Java
Planejando uma Festa com Word, Excel e Powerpoint
Desenhando com Photoshop e Illustrator

   E estes cursos são chatos? Uma turma inteira que ficou todas as tardes de janeiro durante três semanas tendo aula, sem ser drogada com ritalina nem ser obrigada pelos pais, pode responder a isto melhor do que eu, em um vídeo que fizemos no último dia de aula: http://www.youtube.com/watch?v=Mla67SSSfmM

  Rodrigo de Losina Silva
  Diretor Presidente da Alfamídia
  www.alfamidia.com.br